terça-feira, 30 de julho de 2013

Selo do Inmetro atesta eficiência energética dos prédios


O prédio onde você trabalha ou o edifício em que fica instalada a prefeitura da sua cidade gastam energia demais? Não sabe dizer? Para orientar a população a respeito do consumo de eletricidade em edificações públicas e comerciais, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) lança selo para atestar a eficiência energética dos prédios.

Prevista na Portaria nº 299 do Instituto, a nova norma cria, para todo o Brasil, um Regulamento Técnico de Qualidade (RTQ) que avalia o consumo de eletricidade dos empreendimentos interessados, nos mesmos moldes em que já é feita a análise da eficiência energética dos eletrodomésticos brasileiros - do nível "E", para menos eficientes, ao nível "A", para mais eficientes.

De acordo com o Inmetro, a avaliação do grau de eficiência dos edifícios leva em conta três categorias: 

- Envoltória, que analisa, entre outros aspectos, tamanho e dimensão das janelas e os tipos de vidro escolhidos; 

- Iluminação, que avalia, por exemplo, a intensidade de luz natural no prédio e o desligamento automático do sistema de iluminação;

- Ar Condicionado, que considera o nível de eficiência do aparelho e o tempo de uso, entre outros aspectos.

Apesar de não ser obrigatório, alguns prédios já demonstraram interesse pelo selo e estão em fase de etiquetação. Entre eles, a Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça, em Santa Catarina, e a Escola Bairro Luz, em São Paulo. As edificações interessadas em obter o selo de eficiência energética devem entrar em contato com o Inmetro.

Fonte: Exame Sustentabilidade 

domingo, 14 de julho de 2013

Tecnologia brasileira transforma poluentes em nanotecnologia


Os gases emitidos pela queima do bagaço de cana de açúcar, resíduos de milho, pneus velhos e garrafas PET podem ser usados na fabricação de nanotubos de carbono. O avanço que une as áreas de sustentabilidade e nanotecnologia foi descoberto pelo físico brasileiro Joner de Oliveira Alves.

Durante sua tese de doutorado, Joner fez testes em laboratório com os quatro tipos de resíduos. O processo de queima diminui a quantidade de gases poluentes emitidos na atmosfera do planeta e ainda cria nanotubos. O material que costuma ser exportado pelo país é usado como reforço em materiais poliméricos e cerâmicos e tem um vasto campo de potenciais aplicações, que vai desde dispositivos médicos, implantes e peças de eletrônicos.

Os nanotubos de carbono tem um diâmetro corresponde a nanômetros, ou seja, um bilionésimo de metro (10-9metros). Apesar do vasto campo de potenciais aplicações, ainda não existem empresas que produzem esses materiais em larga escala no Brasil. A indústria cosmética é a que mais tem investido nesse tipo de material. “Como os nanotubos são partículas muito pequenas, conseguem penetrar em camadas da pele que outras substâncias não alcançam”, afirma Joner em entrevista a INFO.

Na técnica desenvolvida por Joner, os resíduos são primeiro aproveitados para a geração de energia. A diferença é o aproveitamento dos gases resultantes da saída do processo. Primeiro, os resíduos são incinerados em um forno e depois filtrados, o que resulta apenas em gases. Em seguida, um catalisador quebra os hidrocarbonetos dos gases em carbono e hidrogênio. O carbono fica retido na forma de carbono sólido, como um pó de grafite, onde são encontrados os nanotubos. Já o hidrogênio é lançado na atmosfera, mas é um gás limpo, que não polui.

O estudo de Joner mostra que os gases resultantes da queima do bagaço de cana apresentaram os melhores resultados ao gerar mais nanotubos e com mais pureza. A queima desses resíduos também pode reduzir em até 90% a quantidade do detrito gerado, o que evita a deposição em lixões. O bagaço de cana, por exemplo, é atualmente utilizado pela maioria das usinas para a geração de energia capaz de suprir todo o processo de produção de cana e etanol.

A pesquisa não abre apenas possibilidade para a redução do valor dos nanomateriais, apresenta também um importante aspecto ligado à sustentabilidade. “A ideia é valorizar a cadeia de reciclagem energética porque o Brasil precisa de fontes de energia limpas, sem usar recursos naturais não renováveis, como o petróleo. E ainda é possível atingir outra cadeia, que é a indústria de nanotecnologia”.

“Sempre tentei ao máximo fazer pesquisas que possam sair do meio acadêmico. Esses resíduos já são queimados pra gerar energia, como o bagaço da cana e pneus”, diz Joner. Sobre a aplicação prática do projeto, Joner ressalta que esta poderia ser uma solução para baixar o preço dos nanotubos. Mas para isto seria primeiramente necessário adaptar locais onde a queima de resíduos já é feita para a geração de energia, como no caso das usinas de açúcar e etanol. “A ideia é levar essa tecnologia para onde os resíduos estão. Se não, a matéria-prima deixa de ser barata. Não é um processo fácil porque se misturam duas tecnologias opostas: a de nanotecnologia, uma química “fina”, sem contato com meio externo; e do outro lado o resíduo. O meio campo tem que ser muito bem trabalhado”, afirma Joner.

O estudo foi desenvolvido durante a tese de doutorado, que foi defendida em 2011. O trabalho foi feito na modalidade sanduíche: no Brasil, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), com orientação do professor Dr. Jorge Alberto Soares Tenório, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Nos Estados Unidos, a coorientação foi do professor Yiannis Angelo Levendis, da Northeastern University, em Boston.

A pesquisa fez tanto sucesso que já rendeu seis prêmios, sendo o último deles o Prêmio AEA (Associação de Engenharia Automotiva) de Meio ambiente. “O estudo também ganhou na categoria jovem pesquisador o Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, que eu considero um dos principais porque é organizado pela UNESCO", diz Joner. O pesquisador também destaca o Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade, conferido à melhor tese de doutorado na área de tratamento de resíduos".

Fonte: Exame

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O futuro da aviação poderá ser elétrico (e silencioso)


Atenta às pressões ambientais crescentes, a indústria da aviação vem desenvolvendo soluções para tornar sua atividade mais ecofriendly. Os projetos variam do uso de biocombustível à energia solar. Mas uma nova empreitada almeja eletrificar os voos do futuro e torná-los mais silenciosos.

O consórcio aeroespacial europeu EADS revelou planos para criar um avião híbrido, o E-Thrust, o que poderia transformar radicalmente a aviação comercial em 2050. Projetado em parceria com a Rolls-Royce, o conceito utiliza um sistema de propulsão híbrido que pode reduzir o consumo de combustível, emissões e ruído.

Descrito como um passo intermediário no caminho para aeronaves totalmente elétricas, o E-Thrust conta com uma “propulsão distribuída”, composta por vários ventiladores elétricos dispostos ao longo do comprimento de cada asa.

Já a bateria, que fornece energia de saída para o funcionamento das turbinas e decolagem, é alimentanda por um sistema a gás, razão pela qual a EADS está chamando o protótipo de híbrido.

O projeto foi concebido como parte do chamado "Flightpath 2050", um plano organizado pela Comissão Europeia para melhorar a eficiência dos voos na região nas próximas décadas. O continente tem metas de redução de 75% das emissões de C02 das aeronaves, juntamente com a redução de emissões de óxidos de azoto, em 90%, e dos níveis de ruído, em 65%, comparado aos níveis de do ano 2000.


Fonte: Exame Sustentabilidade

segunda-feira, 1 de julho de 2013

6 de cada 10 embalagens PET que você consome são recicladas


A nona edição do Censo da Reciclagem de PET no Brasil, realizado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), indica que em 2012 a reciclagem desse tipo de material aumentou 12,6% em relação ao ano anterior.

Com o resultado, o país atingiu um índice de reciclagem de 59%, mantendo-se entre os líderes mundiais do setor. Segundo o balanço divulgado nesta quarta (26), no ano passado, foram recicladas ao todo 331 mil toneladas de PET.

O setor têxtil continua sendo o principal consumidor do PET reciclado, com 38,2% de participação, seguido das resinas insaturadas e alquídicas (usadas na fundição e areia), com 23,9%. Outras embalagens (de alimentos e não-alimentos) consomem 18,3% do volume reciclado.

Potencial ocioso

A coletiva seletiva ainda é desafio para o setor. Em muitos períodos do ano as empresas recicladoras apresentam ociosidade que chega a 30% de sua produção, porque não encontram embalagem pós-consumo para reciclar.

De acordo com o estudo, a solução seria estimular as prefeituras a implantar, o mais rápido possível, a coleta seletiva e a separação das embalagens recicláveis, de forma a aumentar a recuperação do material descartado pela sociedade.

“Isso, na verdade, é o que prega a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige responsabilidade compartilhada entre a sociedade civil, o setor privado e também do poder público. A indústria do PET investiu fortemente em reciclagem e hoje esses recicladores passam por um momento difícil, por não terem coleta suficiente para abastecer suas fábricas”, destacou o presidente da entidade, Auri Marçon.

Fonte: Exame Sustentabilidade